Próximas Apresentações e Cursos

Próximos workshops :
- 16 e 17 de março: 2ª Mostra de Dança Movimenta Sesi Minas

PRÓXIMAS APRESENTAÇÕES de DANÇA DE BRINQUEDO:

São Paulo:
- 23 de março: Sesc Itaquera às 15:30hs
- 24 de março: Sesc Santo Amaro às 16:00hs

domingo, 4 de março de 2018

Dança de Brinquedo - A Ideia


Há 22 anos atrás Mário Nascimento criou um grupo amador chamado Canvas (curiosidade: por este grupo passaram algumas bailarinas muito especiais, que se tornariam estrelas futuramente: Jacqueline Gimenes, que depois se tornou bailarina do Grupo Corpo durante treze anos e Marisa Bucoff e Kênia Genaro, ambas se tornaram grandes bailarinas do Balé da Cidade de São Paulo).
Bem, Mário criou um espetáculo infantil para este grupo, chamado “Terra de Bonecos”. A trilha era do seu já parceiro, Fábio Cardia.
Desde que eu soube disso quis que o Mário remontasse este trabalho para a Cia MN ou fizesse uma releitura.
Tivemos outros projetos aprovados, viagens, prioridades... até que em 2017, com um momento extremamente difícil para o País e para a cultura especificamente, dei um ultimato e disse que a hora de fazermos o infantil era aquela. Após muitas conversas eu e Mário decidimos que eu faria a direção e a coreografia da até então, releitura de “Terra de Bonecos”. Isso seria muito estimulante para mim, como coreógrafa e também para os bailarinos, pois a Cia MN nunca havia feito um trabalho infantil. Também seria a primeira vez que outra pessoa iria assinar a direção e a coreografia de um trabalho na Cia MN, o que não é comum em cias de dança criadas pelos próprios coreógrafos. Eu e Mário, em 2016,  já havíamos dividido a direção de “Garrafa Enforcada”, o que me preparou e nos deu confiança para que agora eu fizesse esse voo sozinha.
Comecei os laboratórios coreográficos em março de 2017 e logo percebi que o trabalho não seria uma releitura de “Terra de Bonecos”, e sim, algo totalmente inédito. Eu precisava de total liberdade para poder me arriscar com o elenco em algo novo para nós. Decidi não usar trilha do Fábio Cardia, pois o registro dele de parceria com o Mário já é muito forte e para encontrar outros caminhos optei por eu mesma fazer uma compilação musical.
Pronto. Decidido tudo isso começamos um lindo processo de montagem. Profundo, cuidadoso, delicado, onde senti total parceria e entrega de cada um dos bailarinos: Eliatrice Gischewski, Fábio Costa, Ludi Ferrara, Dalton Walisson, Jorge Ferreira, Débora Roots, Mari Chalfum e Rayanne Pires. E tivemos todo o apoio do Mário com seu entusiasmo e incentivo para a realização deste trabalho, que ganhou o nome de “Dança de Brinquedo”.

Rosa Antuña



sábado, 3 de março de 2018

Dança de Brinquedo - montagem (maio 2017)

Começando a definir o solo do boneco "Alejandro", com o bailarino Fábio Costa.



Ensaio da primeira cena:






Dança de Brinquedo - improvisação e pesquisa de movimento (maio 2017)

"Nesses vídeos os bailarinos estavam improvisando com a qualidade de movimento de cada boneco, mas com liberdade para não se prenderem a isso, para que novos movimentos pudessem surgir. Além disso, eu estava testando a música e o resultado que ela teria na dança, nos corpos e no estado interno dos bailarinos." RA




Durante toda a montagem tivemos convidados, amigos, colegas e parceiros que foram fazer aulas com a gente e acabaram vivenciando um pouco do processo de montagem.
Patrick Villar, que foi bailarino da Cia MN e no primeiro mês participou de tudo, Francis, bailarina do Uruguai que fez um intercâmbio com a gente durante alguns meses, Elaine Reis, diretora do Studio It, onde temos parceria e usamos como nosso local de ensaio, Lelê, nosso amigo, que vem das danças urbanas e Ane Hadad, diretora da Sesi Cia de Dança.


Dança de Brinquedo - montagem (maio 2017)

Em maio as contagens dos conjuntos começaram a se definir. Dificilmente a Cia MN trabalha usando contagem, mas neste trabalho isso foi necessário nas coreografias de conjunto:






sexta-feira, 2 de março de 2018

Quando a movimentação faz "PLIM"! (abril 2017)

A pesquisa de movimento começou em março de 2017. Abaixo, após quase dois meses de estudo, Fábio Costa pesquisando a movimentação do  boneco "Alejandro".




 Segundo a coreógrafa, durante sua aula-laboratório foram propostas diversas qualidades de movimento. 
"Cada bailarino foi transformando essas qualidades, se apropriando, até que em algum momento a movimentação de alguém faz "PLIM"! A partir daí cabe ao bailarino registrar essas qualidades encontradas em seu corpo e saber ativar "o gatilho" que o levou para aquele lugar. 
Em Dança de Brinquedo cada bailarino precisou levar a qualidade de movimento da sua personagem, esse "jeito de dançar", essa "forma de organizar o corpo" para tudo o que ele faz durante o espetáculo." RA

O vídeo abaixo mostra quando o bailarino Dalton Wallison "encontrou" a movimentação de seu boneco "Mu".


"Depois que o bailarino encontra a movimentação é minha hora de entrar para fazer com que ele tenha consciência do que fez e a partir daí elaborar, desenvolver, ampliar e aprofundar nessa qualidade de movimento e na organização de uma sequência." RA



Abaixo: Mari Chalfum descobrindo a movimentação da boneca, que mais tarde se revelou como a "Bate-Palminha"!

"Após pesquisar movimentos e qualidades, chega o momento de organizar e registrar uma sequência. Meu papel como coreógrafa é montar este "cardápio" de movimentos. Gosto de deixar o bailarino mais à vontade para encontrar os "passos de dança", fico observando, interfiro quando é necessário." RA

Aqui, a sequência da "Bate-Palminha" começando a se organizar e definir:


Abaixo, Débora Roots começando a fixar a sequência de movimentos da boneca "Beijinho".

Encontrando a Personagem em Dança de Brinquedo (abril 2017)

"Um dia muito especial foi este, em que alguns bailarinos levaram bonecas que ainda tinham desde quando eram crianças. Cada um se conectou com uma dessas bonecas e procurou "ser" essa boneca. Ali começaram a nascer várias personagens. Essas personagens rechearam os corpos que já estavam cobertos de movimento." RA

Ludi Ferrara, Mari Chalfum, Débora Roots e Jorge Ferreira


"Cada bailarino, ao longo do processo, escreveu, estudou e se permitiu arriscar em um lugar desconhecido para ele. Não havia nenhuma garantia do resultado, apenas a garantia do risco." 
                                                                                                                                                      Rosa Antuña

Eliatrice Gischewski e Fábio Costa

Dança de Brinquedo - Início do processo de criação (março 2017)

Há 22 anos atrás Mário Nascimento dirigia seu grupo amador chamado Canvas. E para este grupo ele criou um espetáculo infantil chamado "Terra de Bonecos", com trilha de seu parceiro, o compositor Fábio Cardia. 
Desde que soube disso, Rosa Antuña começou a dizer que a Cia MN deveria fazer uma releitura deste trabalho. Em 2017, após muita insistência de Rosa, chegou o momento. Mas ao conversarem mais sobre o assunto, Mário e Rosa acabaram decidindo que ela faria dessa vez a direção e a coreografia sozinha, Mário faria a luz e a produção. Ao iniciar o processo, a coreógrafa percebeu que não se trataria mais de uma releitura de "Terra de Bonecos" e sim, seria uma obra totalmente inédita. 

O processo de pesquisa de movimento, criação e montagem começou há um ano atrás. Em março de 2017. Antes de qualquer coisa, a coreógrafa fez com os bailarinos laboratórios coreográficos para pesquisar movimento. Sem personagem, sem dramaturgia. Uma busca por uma construção de um corpo a partir de estímulos sugeridos:



Os períodos de laboratório foram também usados para a pesquisa musical. De acordo com o resultado que as músicas tinham sobre o corpo e o estado dos bailarinos, a trilha foi sendo escolhida. Por outro lado, muitas músicas foram utilizadas apenas para trazer determinada energia, sem necessariamente ter que fazer parte do espetáculo.



Num outro momento, já com uma qualidade de movimento mais definida, alguns bailarinos começaram naturalmente a encontrar suas personagens, com determinado "estado".




A pesquisa de som do corpo e do movimento também ajudou na busca de um estado interno. O som ajuda o movimento e vice-versa.