Dança de Brinquedo foi um espetáculo que me deu muito prazer
em fazer. Tive muito tempo com o elenco. Ficamos um ano trabalhando com calma.
Isso faz toda a diferença.
Há muitos anos Mário Nascimento criou um espetáculo infantil
chamado "Terra de Bonecos", com trilha do seu parceiro Fábio Cardia.
E nossa ideia era que ele recriasse este trabalho para a Cia Mário Nascimento.
Só que Mário teve outros compromissos e entramos no acordo que eu assinaria a
direção e a coreografia do primeiro espetáculo infantil da Cia MN. Por isso eu
quis fazer tudo diferente. Quis outro nome e outra trilha para o espetáculo,
pois eu sou outra pessoa.
É muito raro em uma cia de coreógafo residente, outra pessoa
ter espaço para coreografar. E isso foi muito legal da parte do Mário. Eu já
havia dirigido o duo "A que Ponto Chegamos" para a Eliatrice
Gischewski e o Fábio Costa (vou remontar), bailarinos da Cia MN e também já
havia dividido a direção do espetáculo "Garrafa Enforcada" com o
Mário em 2016.
Além disso criei a "Trilogia do Feminino" (3 solos
de dança e teatro), escrevi e dirigi a peça "De Perfumes e Sonhos"
(que farei a releitura em breve), criei 3 trabalhos para o Grupo Êxtase, de
Viçosa, para a Cia de Dança Mitzi Marzzutti, de Vitória, além de coreografar
durante 5 anos para a escola de Dança do Palácio das Artes, o Cefart, onde
coreografei para os formandos e também coreografei e dirigi espetáculos de
final de ano para a escola inteira! Uns 120 alunos... Isso sim foi uma escola
de coreografia para mim.
Além de tudo isso eu fui assistente de coreografia de Mário
Nascimento durante 14 anos e o acompanhei também em montagens para outras
companhias. E ainda, quando estive em imersão no Odin Teatret, na Dinamarca,
fui dirigida pela atriz Roberta Carreri e a acompanhei na direção de uma outra
peça.
Ou seja... passei por um longo processo de estudo,
treinamento, pesquisa, experimentação e amadurecimento como diretora e
coreógrafa.
Por isso fiz a direção de "Dança de Brinquedo" com
todo cuidado e calma do mundo. Um elenco incrível. Dispostos, abertos, eles
embarcaram nesse mergulho ao universo infantil de uma forma profunda e
delicada.
Fizemos sem patrocínio, sem data para a estreia, nós mesmos
construímos o cenário. Não foi fácil.
A estreia foi em março de 2018, no Teatro Marília, em Belo
Horizonte. Já o apresentamos como convidados, no Festival de Inverno de Bonito
(MS) e abrimos o Festival de Dança do Recife (PE).
Estamos na Campanha de Popularização do Teatro e da Dança.
Fizemos este fim de semana e estaremos em cartaz no próximo (23 e 24 de
fevereiro no Teatro Marília às 16hs).
Em março nos apresentaremos em São Paulo, nos Sescs Itaquera
e Santo Amaro dias 23 e 24.
Este espetáculo tem sido um sucesso para todas as idades. O
que me deixa muito feliz!
Hoje precisamos muito de patrocínio para poder circular com
este trabalho. Precisamos de patrocínio para poder manter os bailarinos, para
podermos viver de arte. Para mantermos um nível de excelência técnica e
artística precisamos fazer aula (treinamento) e ensaiar TODOS os dias.
A Cia Mário Nascimento já existe há 21 anos.
E eu abri meu Núcleo de Criação há 2 anos, onde pretendo
desenvolver projetos de dança, teatro, música, cinema, circo, oficinas. E estou
aberta a artistas que queiram trabalhar comigo.
Mas o Núcleo de Criação e a Cia MN continuam parceiros.
Trabalhamos juntos, um apoia o outro.
E quem nos apoia hoje em estrutura é a Elaine Reis, que nos
oferece o Studio It (Rua Alumínio, 22, Praça Milton Campos).
E ninguém solta a mão de ninguém!💖
Foto: Jorge Ferreira da apresentação da Cia MN na Campanha de Popularização do Teatro e da Dança
com Ludmilla Ferrara, Gabriel Wallace, Eliatrice Gischewski, Mari Chalfum, Fábio Costa e Dalton Wallace