ESCAPADA - por Rosa Antuña
No princípio amava as pessoas.
Pensava que tudo seria certo e justo.
Até que houve a primeira partida;
a segunda, a terceira...
Sempre tinha alguém escapando de mim.
Nunca gostei das despedidas,
embora tenham sido necessárias.
A dúvida me trazia um aperto
e a certeza me segurava o choro.
Só choro quando estou só.
De preferência no escuro.
É quando não me seguro
e grito.
Da minha sorte tinha uma certeza:
nasci pra ficar sozinho.
Sem amor e sem carinho,
apenas um copo na mesa.
No princípio amava as pessoas.
Não pensava que tudo seria incerto e injusto.
E cada escapada doía tanto
que fui deixando o amor de lado.
O amor foi ficando sem jeito
e o coração batendo calado no meu peito
foi construindo um muro
- bem duro -
de pedra e aço,
que arrebentava qualquer laço
ou tentativa de abraço.
Que não deixava ninguém entrar
e que não me deixava sair.
Foi quando parei de sentir
e fiquei assim, anestesiado.
Um homem vivo com o olhar parado.
Não sentia dor, não sentia amor.
Tentei escapar da vida.
Mas não consegui escapar de mim.
O percurso coerente e consistente de Mário Nascimento na dança brasileira se pauta por uma saudável e permanente inquietação investigativa. Ela é o motor propulsor do seu jeito de inventar essa dança que carrega a sua assinatura. Helena Katz – Estado de São Paulo
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- 16 e 17 de março: 2ª Mostra de Dança Movimenta Sesi Minas
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São Paulo:
- 23 de março: Sesc Itaquera às 15:30hs
- 24 de março: Sesc Santo Amaro às 16:00hs
Essa poesia foi feita pra mim, quando a ouvi pela primeira vez corri pra internet pra encontrá-la na integra. Precisava ler e ouvir de novo, ter certeza que falava da minha vida e de como eu construía ( ou destruía) os meus sentimentos. Só após meses a encontrei e digo que nunca uma poesia me tocou tanto quanto está. Parabéns.
ResponderExcluirMuito obrigada querida! Abraços, Rosa.
ResponderExcluirMuito boa a apresentação de vcs, tive o prazer de ver vcs aqui em Mossoró, espero que continuem com esse trabalho maravilhoso, gosto muito da dança com expressão, vcs passam uma mensagem muito bonita e triste ao mesmo tempo. Estão de Parabens!
ResponderExcluirLindo poema, Rosa! Lindo espetáculo, linda cia! Adorei conhecer o trabalho de vocês! Voltem sempre à esta terra quente! :)
ResponderExcluirAbraços! Axé!
Camila Paula (Cia Escarcéu de Teatro)
Linda poesia Rosa, é o nosso mundo contemporâneo somos nós.
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